O ano novo chinês celebra-se a 12 de fevereiro em 2021 (todos os anos muda a data porque se trata de um calendário lunar). Sendo a data mais comemorada na cultura chinesa, existem rituais de preparação.
Uma das coisas que é mais ou menos universal naquilo que se considera um “ano novo” é que se quer “deitar fora” o ano velho para abrir bem as portas para o novo ano. Na nossa cultura fazemos isso por exemplo batendo com tachos e panelas para mandar o ano velho embora; na cultura chinesa, uma das coisas fundamentaisna preparação do ano novo é a limpeza de alto a baixo das casas, bem como tirar da casa o que está partido ou que já não se quer.
O ano novo deve ter um “clean start”, literalmente!
Apesar de em 2020 uma boa parte das pessoas que eu conheço ter arrumado e limpo casa de cima a baixo, preparar o ano novo lunar (ano novo chinês) pode ser um bom motivo para fazer uma boa manutenção dessas coisas!
O primeiro passo, parece-me, é libertar a casa das tralhas que já não usamos. A minha abordagem pessoal é:
- Ter espaço é muitas vezes melhor que ter coisas – não dá para ter ambos, ou se fica com a coisa ou se tem o espaço que essa coisa ocupa. O que o objeto me traz é melhor do que ter esse espaço? Se sim, fica, se não, vai.
- Não basta olhar para as coisas tem de se tocar nas coisas que se possui – seja para saber se “spark joy”, a la Marie Kondo, seja para saber se há coisas por baixo do que está à vista numa gaveta ou mesmo para perceber se é preciso lavar ou limpar o objeto, há que tocar em todas as coisas que estão em casa pelo menos uma vez por ano. TODAS as coisas. Se soa a uma tarefa demasiado difícil, é porque se tem demasiadas coisas. Ponto.
- Low bar lifestyle – é uma expressão do “The Home Edit” que basicamente se refere a baixar as expectativas relativamente à nossa vida em geral e não sermos demasiado duros connosco mesmos. Neste caso, uso para lembrar que a gaveta/estante/armário não tem de ficar apta a tirar fotos para o instagram, basta que lá estejam itens da mesma categoria, mesmo que tenham sido atirados. Sim, eu disse isso. #sorrynotsorry
- Menos coisas = menos trabalho de manutenção das ditas coisas. O Kanye West (só grandes referências da litertura mundial…) dizia há tempos que gostava que a sua casa fosse como uma loja, onde estudo está em exposição e tudo se deve saer onde pára. Gostei desta abordagem!
- Devagar se vai ao longe. O que estou a fazer é aproveitar o facto de estar em teletrabalho e ir aproveitando as pausas para ir vendo uma gaveta de cada vez (é também uma ótima forma de procrastinar, mas isso já são outras conversas…)
Um elemento chave e muitas vezes esquecido é este:
Uma das coisas que eu acho queé fundamental é ter uma ideia a quem doar as coisas que estão ainda boas mas que já não fazem sentido mantermos. Numa lógica de eficiência, sugiro que não tem de ser a causa mais nobre da humanidade a quem irão doar o que vos sobra, e sim uma instituição ou pessoa perto de vossa casa ou onde vão frequentemente (ou com quem estão regularmente) e ofereçam as coisas que já não precisam se lhes der jeito.
Em alternativa, podem-se procurar sítios onde doar e vender coisas em segunda mão.
Mas tentem que seja uma coisa simples e prática: quantas vezes não se selecionam coisas para doar ou vender e depois fica tudo a morar à porta de casa à espera de ter saída e ir para o seu novo habitat… E quantas vezes não regressa para uma gaveta ou armário qualquer porque temos vistas em casa…
Mas não fiquem pela minha abordagem, vejam as sugestões de outros autores:
- Todos os anos os Minimalists propõe o 30 day minimalism game, em que em cada dia do mês se descartam de coisas que já não precisamos ou não queremos, ou que estão estragadas, whatever.
- O Leo Babauta propõe algumas medidas para fazer “decluttering” (destralhar??) mas também para manter a vida “destralhada”
- A Courtney Carver tem 10 estratégias graduais muito interessantes para ajudar a destralhar.
- A Claire Wilde escreveu um post no blog Becoming Minimalist com 8 estratégias que apelam à imaginação para tornar esta tarefa mais fácil e divertida, e menos paralizante quando se tem demasiadas coisas em desordem.
- Até a FORBES publicou uma lista dos métodos mais populares da internet para destralhar (escrito pelo Joshua Becker)
- Este artigo do Huffington Post é também muito bom!