A quaresma, sendo religiosos ou não, é uma boa oportunidade para fazer um desafio.
A ideia não é nova, na verdade é milernar e existe em quase todas as religiões. Pelo menos uma vez por ano as pessoas são encorajadas a fazer um período de abstinência em que o sacrifício pretende potenciar o desenvolvimento espiritual dos crentes.
A ideia que um sacrifício pode ter efeitos benéficos em termos de consciencialização e preparação viver melhor a vida é partilhada também por algumas correntes filosóficas, como os estóicos.
A minha proposta no entanto estende-se não apenas aos sacrifícios mas também a outras ações pessoais que possam ser sistematicamente seguidas (p. ex. ver um filme todos os dias).
Gosto de pensar em alguma coisa que me seja difícil ou importante. Pode ter a ver com a minha dificuldade de perceber bem um outro ponto de vista (como quando deixei de comer gluten durante um mês para perceber por aquilo que passava a minha prima celíaca), com a minha necessidade irracional de fazer qualquer coisa (como quando estive um mês sem usar a internet em casa), com a minha vontade de variar as minhas atividades (como quando estive um mês sem usar o sofá porque andava muito preguiçosa) ou com a necessidade de alinhar os meus valores com as minhas ações (e.g. um mês sem andar de carro, um mês vegano…).
As razões podem ser múltiplas, mas invariavelmente o exercício é enriquecedor, mesmo quando falha (e já fracassei muitas vezes: o ponto de honra é continuar a tentar genuinamente conseguir o mês todo, fracasso após fracasso; aprende-se sempre imenso!).
Aqui ficam alguns desafios que já fiz no passado para inspirar:
Um mês:
- a ver um filme por dia
- sem comer doces
- vegano
- vegetariano
- sem usar o sofá
- sem ver televisão (incluindo no computador)
- sem usar o carro
- a enviar um postal por dia
- a meditar diariamente
- a fazer exercício todos os dias
- a ler diariamente (parte de) um livro