Maio foi o mês mais bem sucedido nesta tarefa até agora. Mudar hábitos, é – como sabemos – difícil, mas aos poucos a coisa parece estar a acontecer mesmo.
Há uns dias estava a pensar sobre este desafio e ocorreu-me: o hábito ou vício estava tão entranhado que demorei quase meio ano a conseguir começar mesmo a não ver séries de TV e a não correr para o youtube de todas as vezes que estou um pouco aborrecida ou deprimida. Já passou quase meio ano desde o início deste desafio!
Este mês continuei a não conseguir estar nenhuma semana completamente sem TV no pc, mas cada vez mais esta é uma atividade super concentrada no tempo e com objetivos mais claros (e.g. episódio de Game of Thrones e TED talks ou os vídeos do Epipheo que partilho no fim deste post).
Ou seja, parece-me que estou lentamente a deixar de usar os conteúdos audiovisuais como a minha principal fonte de entretenimento, ao mesmo tempo que uma série de outras coisas se vai – um pouco como eu esperava que fosse acontecer – resolvendo a si mesma.
Assim, sinto várias mudanças que este mês se tornaram mais evidentes:
1. estou muitíssimo mais produtiva.
Consigo acompanhar muito melhor os meus alunos e responder-lhes aos emails de forma muito mais rápida e eficaz. Tenho também usado muito menos o facebook e outros distratores, ao mesmo tempo que vou fazendo tarefas que mesmo que sejam coisas menos importantes, sempre vão ficando feitas nos momentos em que estou em horário de trabalho e não me estou a conseguir concentrar. Depois de ouvir os audiobooks do Leo Babauta “Zen to done” e “The power of less”, comecei a utilizar o método “Most important tasks” que ele sugere (todos os dias ter entre 1 a 3 “MIT – most important tasks” que são aquilo que *tem de* ser feito nesse dia. Tem resultado lindamente, e estou em paz com o facto de por vezes apenas colocar uma MIT na minha lista, porque essa é feita de certeza e não tenho ficado com aquela sensação estranha que às vezes me acontecia de ter trabalhado imenso num dia e não ter “feito” nada).
2. consigo mais clara e facilmente sair do “modo trabalho” e passar ao “modo chill out”
Vejo isto inclusivamente na minha seleção de livros no audible, que inclui bastantes palestras dos “great courses”, porque, claro o meu superego não me deixa gastar dinheiro sem me chatear se eu não aproveitar para aprender qualquer coisa ou se a coisa não me for objetivamente útil. Recentemente tenho comprado mais audiobooks que são de entretenimento (estou a ler, entre outras coisas “We learn nothing” de Tim Kreider). É-me também mais fácil relaxar e consigo de facto descansar, mesmo quando estou muito stressada.

3. o meu espaço está muito mais organizado e simplificado e eu estou mais consciente das coisas à minha volta
Isto tem vindo a acontecer de forma mais ou menos contínua à medida que vou deixando o hábito de ver vídeos no pc, mas também como consequência de ter vários livros sobre minimalismo, que vou ouvindo nas mais diversas ocasiões. Esta “organização” ajuda-me a estar mais calma e a conseguir por um lado descansar melhor e por outro lado, gostar mais da minha casa (é mais importante do que eu imaginava!)
4. tenho sido mais consistente nas coisas a que me dedico.
Os projetos que vão surgindo parecem estar mais auto-sustentados e requerem menos esforço, mas também menos aprovação para que eu os continue. E aos poucos têm surgido ideias simples e (para mim, pelo menos) boas, que faço com gosto. Tenho mantido a minha página “de artista” no facebook atualizada, sem a inundar com coisas.
O que vem a seguir?
As expectativas para junho estão elevadíssimas, com o concluir do ano letivo e as revisões que ando a fazer à tese. Decidi que vou acabar a tese antes de publicar/concluir o livro para me poder dedicar melhor a ambas as tarefas e estou satisfeita com essa decisão, sobretudo, nesta fase de revisões.
Acho que a seguir virá uma fase de menor necessidade de conteúdos audiovisuais mesmo para me inspirar e acho que o que vai acontecer é que vou voltar a ouvir mais música (tem estado relegada para segundo plano há algum tempo!).
Tenho também estado a com alguma calma e nos tempos livres, tenho conseguido fazer chegar as fotos que tiro às pessoas que constam das mesmas – é algo que nem sempre fazemos e devíamos fazer mais! Em agosto pretendo imprimir um album com as minhas fotos preferidas (não é o que os minimalistas sugerem, mas eu quero lá saber). Estou também com a expectativa de voltar a correr.
Boa Helena, bom exemplo a seguir, desligar um pouco do mundo online e muito virtual e passar a ser mais vivencial!
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